O conto “O Galo Impertinente” apresenta a história da construção de uma estrada e do mistério ligado a ela. A construção da estrada, que deve apresentar o alto nível da tecnologia rodoviária, cria muita curiosidade em todas as pessoas que vão visitar as obras. Os engenheiros explicam-lhes pacientemente todos os detalhes técnicos do projeto, mas a construção demora muito, as pessoas perdem o interesse e os trabalhadores a motivação.
Depois de muito tempo da construção, quando ninguém se lembra mais dela, a estrada fica pronta e vem o dia da inauguração. Toda a gente adora a estrada e considera-a magnífica. Mas o entusiasmo não dura muito. Logo no dia seguinte aparece um galo estranho que ataca os carros e destrói-os. Os viajantes têm medo dele e evitam passar por essa estrada. As pessoas estão assustadas e resolvem caçar o galo. Primeiro tentam apanhá-lo numa rede de pesca e depois até usam armas, mas sem nenhum resultado. Por isso pedem ajuda ao ministério da guerra que manda um canhão que não tem sucesso e um tanque que começa a soltar fumaça sem qualquer razão 19 óbvia e fica fundido. A estrada então fica abandonada e esquecida no tempo.
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O conto acaba com a meditação do narrador que pergunta o que vão pensar da estrada as pessoas nos tempos futuros e chega à conclusão que vão admirar a perfeição técnica dela. Pergunta também como eles vão interpretar o galo, mas lembra que por enquanto é impossível saber o fim da existência do animal. A ausência de nomes, tão típica nas obras de Veiga, aparece mais uma vez nesse conto. Nem o narrador, nem a estrada e nem a cidade, que se encontra supostamente perto dela, tem nome. Como já foi dito, a falta de nomes faz o cenário, uma região rural cruzada pela nova estrada, mais universal.
O conto está escrito na primeira pessoa, mas o narrador é só um simples observador dos acontecimentos e não participa em nenhuma ação. Somente no fim ele comenta as futuras investigações da estrada e da origem do galo misterioso. O que importa mais é que ele descreve a situação do ponto de vista dos habitantes da cidade, captando a curiosidade e o medo deles. A atmosfera da narrativa muda várias vezes durante a ação. No início as pessoas estão fascinadas pelo projeto da nova estrada.
Os engenheiros são admirados pelo trabalho importante que fazem e pela paciência que têm na explicação do grande projeto às pessoas. Mas com a prorrogação da construção as pessoas esquecem-se dela. A admiração cede lugar ao esquecimento rápido e à desilusão, tão típicos para os seres humanos. No dia da inauguração volta à grandeza da estrada e a felicidade dos motoristas. Porém, esses sentimentos otimistas não duram muito porque esse mundo da alegria ingênua é incompreensivelmente atacado pelo galo. As pessoas tentam defender-se, mas nada, nem o exército, consegue parar o galo misterioso cujo poder parece ser infinito. Os simples humanos não têm nenhuma chance contra a força do galo que só traz destruição absurda e medo.
Não podemos esquecer o lado crítico e humorístico desse conto. A fascinação excessiva pela estrada e a sensação de megalomania pode ser interpretada como crítica dos sistemas políticos totalitários que nessas construções grandiosas manifestam o seu poder. Também há um motivo da transitoriedade dos interesses das pessoas que num dia adoram a estrada e no dia seguinte perdem completamente o seu interesse nela. Os ataques do galo são por um lado trágicos e violentos, mas, por outro, são bastante cômicos. É difícil não sorrir ao imaginar o galo atacando carros e martelando violentamente o aço com o seu bico. Também, as descrições emotivas das vítimas, que todos conhecemos das nossas vidas, são muito cômicas.
No fim do conto Veiga satiriza o trabalho dos antropólogos que vão pensar que o tanque fundido é um pedaço de algum planeta caído a terra. Assim o conto tem uma mensagem séria sobre uma violência brutal e absurda e sobre o desespero das pessoas que sofrem dela, porém, também é importante o aspecto humorístico que faz a narração mais leve.
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Comentário de Veronika Baudyšová.
theses.cz/id/0uecw7/85180-793523592.pd
Parabéns pela análise, condizente com a proposta de veiga que sintetiza nesse conto as grandes obras provavelmente construídas no período da ditadura militar conhecidas como as grandes obras faraônicas, afinal são muito mais um simbolo politico do que uma real melhoria nas vidas dos habitantes do local como é visto nesse trecho ´´ mais para mostrar competência do que para solucionar problemas´´
ResponderExcluirParabéns pela análise, condizente com a proposta de veiga que sintetiza nesse conto as grandes obras provavelmente construídas no período da ditadura militar conhecidas como as grandes obras faraônicas, afinal são muito mais um simbolo politico do que uma real melhoria nas vidas dos habitantes do local como é visto nesse trecho ´´ mais para mostrar competência do que para solucionar problemas´´
ResponderExcluirParabéns pela análise, condizente com a proposta de veiga que sintetiza nesse conto as grandes obras provavelmente construídas no período da ditadura militar conhecidas como as grandes obras faraônicas, afinal são muito mais um simbolo politico do que uma real melhoria nas vidas dos habitantes do local como é visto nesse trecho ´´ mais para mostrar competência do que para solucionar problemas´´
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