O conto “Bárbara” tematiza a ambição humana, o desejo de ter tudo. Nele, a sucessão de desejos absurdos e incontroláveis, ao ponto de configurar um processo reiterativo e acumulativo, acentua a natureza incomum da personagem. De acordo com a estratégia adotada por Murilo Rubião, o caráter insólito de Bárbara não resulta apenas da sucessão dos absurdos pedidos que faz, mas, igualmente, dos efeitos fantásticos que eles geram, das, das constantes expectativas que provocam no antagonista e da relação de contraste entre o plano da excepcionalidade, que é o de Bárbara, e o plano da normalidade à sua volta, em que se inscreve o marido.
O caráter de excepcionalidade pode ser verificado, logo no meio do conto. Bárbara é dominada por exigências, caprichos e esquisitices que lhe provocam estranhas manias e que a levam a fazer extravagantes pedidos. Sua obesidade decorre de uma mórbida obsessão de pedir as coisas.
O marido, antagonista de Bárbara, como já foi dito, inscreve-se no plano da normalidade, o que se revela na sua atitude de constante expectativa com relação ao que pode advir da misteriosa esposa. Ele funciona como contraponto de Bárbara, cuja presença insólita configura o plano da anormalidade.
O efeito normalmente esperado para a falta de alimentos é a perda de peso e o enfraquecimento do corpo. Se este resultado é alterado e a falta de alimento passa a provocar aumento de peso, estamos diante de um efeito fantástico. Derivado da transgressão ao princípio da causalidade advinda da incongruência entre causa e efei
Outra transgressão ao princípio da causalidade ocorre quando ocorre a associação indevida de fatos: É normal que alguém manifeste seu desejo sob a forma de pedidos, como é normal que engorde. Não é normal que um fato desencadeie o outro.Bárbara pedia e engordava.
Há uma espécie de condenação no relacionamento das personagens. A incapacidade de afeto surge no tema da castração, fundamental mos contos de Murilo Rubião. Bárbara exemplifica bem essa castração. A relação marido/mulher não é de afeto, mas de medo por parte dele, de tirania por parte dela. O marido é mero objeto para satisfazer os caprichos de Bárbara.
A estrutura do casamento, enquanto união amorosa é desconstruída. O erotismo inexiste.
O caráter de excepcionalidade pode ser verificado, logo no meio do conto. Bárbara é dominada por exigências, caprichos e esquisitices que lhe provocam estranhas manias e que a levam a fazer extravagantes pedidos. Sua obesidade decorre de uma mórbida obsessão de pedir as coisas.
O marido, antagonista de Bárbara, como já foi dito, inscreve-se no plano da normalidade, o que se revela na sua atitude de constante expectativa com relação ao que pode advir da misteriosa esposa. Ele funciona como contraponto de Bárbara, cuja presença insólita configura o plano da anormalidade.
O efeito normalmente esperado para a falta de alimentos é a perda de peso e o enfraquecimento do corpo. Se este resultado é alterado e a falta de alimento passa a provocar aumento de peso, estamos diante de um efeito fantástico. Derivado da transgressão ao princípio da causalidade advinda da incongruência entre causa e efei
Outra transgressão ao princípio da causalidade ocorre quando ocorre a associação indevida de fatos: É normal que alguém manifeste seu desejo sob a forma de pedidos, como é normal que engorde. Não é normal que um fato desencadeie o outro.Bárbara pedia e engordava.
Há uma espécie de condenação no relacionamento das personagens. A incapacidade de afeto surge no tema da castração, fundamental mos contos de Murilo Rubião. Bárbara exemplifica bem essa castração. A relação marido/mulher não é de afeto, mas de medo por parte dele, de tirania por parte dela. O marido é mero objeto para satisfazer os caprichos de Bárbara.
A estrutura do casamento, enquanto união amorosa é desconstruída. O erotismo inexiste.
Um comentário:
Muito boa análise. Obrigado!
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